Estranho amar...

Estranha forma, essa, de amar
Com que muitas vezes me deparo
Onde as palavras, nenhumas ou poucas,
São sempre ditas em forma de reparo

Estranha forma, essa, de amar
Quando a bússola não é orientação
A ancora lançada nos deixa à deriva
E, juntos, não se afasta a solidão

Estranha forma, essa, de amar
Em que a cegueira é tão grande que não vemos
A beleza do Outro, o Tesouro que temos...

Estranho amar esse, de facto
Em que o Eu no Nós não se esbate...
Mas não é essa a minha forma de Amar-te!
(Ricardo Silva, 2008)